1° de abril de 2022
Referência no ensino inclusivo, o CAUCP promoveu nesta semana uma série de atividades a fim de discutir e conscientizar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) – celebrado no dia 2 de abril. Condição que afeta uma a cada 44 crianças no mundo, segundo levantamento do Center of Diseases Control and Prevention, a incidência de casos do transtorno tem crescido significativamente e é uma realidade, inclusive, dentro da sala de aula.
Autista, o estudante de licenciatura em História na UCP, Leonardo Martins compartilhou com os alunos do Ensino Fundamental II e Médio um pouco sobre sua história e a relação com o transtorno. Em um bate-papo descontraído, a primeira vez em público, o jovem contou desde a descoberta do diagnóstico, aos 15 anos de idade, até a experiência, hoje, de ser universitário. O evento pode ser assistido na TV UCP no Youtube.
“Fiquei muito feliz com esse convite do CAUCP e da UCP. Foi um desafio e uma expectativa que foi alcançada, porque hoje na nossa sociedade é muito difícil falar para adolescente. O que mais me surpreendeu na plateia era que eles estavam por dentro de muitos assuntos e interagiam. Acho isso incrível”, comemorou Leonardo, acompanhado do seu fiel escudeiro, o Golden Retriever Lítio, cão de apoio emocional. Ele aproveitou para ressaltar a relevância de falar, especialmente para os jovens, sobre o tema.
“A importância de abordar sobre o autismo, e outros assuntos também, é que fazemos com que a geração de hoje tenha uma mente aberta e que pode abraçar a causa. Nós, autistas, também conseguimos nos expressar. A maioria das vezes o foco é na criança autista, mas o adulto autista também existe. Esses estereótipos que tem do autista, do personagem do ator Dustin Hoffman; da série The Good Doctor, é importante, porque cria uma geração que respeita a causa. O que posso recomendar para as futuras gerações é que compartilhem informações concretas sobre autismo”, disse Leo, alertando, ainda, sobre a inclusão do autista.
“O bullying, que é uma palavra nesse século muito nova e debatida, ele nem sempre é físico. Às vezes é uma atitude, você ignorar a pessoa ou fingir que ela não está ali. Não ignore que existe uma pessoa diferente na sua turma, abrace ela, converse com ela. Ela vai tentar se expressar de alguma forma. O autista não verbal ou que demore a falar, vai se expressar de outras formas. Só respeitar o momento dele, a zona dele. Mas incentivar e dar apoio”, comentou.
A Semana do Autismo no CAUCP também contou com outras atividades em sala de aula e, também, uma palestra com Fábio Coelho, fundador da Academia do Autismo. Este evento também pode ser assistido no canal da Universidade no Youtube.
“Fomos felizes em conseguir o Fábio, pois ele falou para as famílias como profissional e, também, como alguém que vive com dois filhos autistas. O Leo veio falar da vivência como pessoa que existe, que pensa, ama, sofre e que tem as suas limitações. E ele, especialmente, vai extramuros da inclusão, mas fala para a pessoa que transita nesse meio. Nós, o tempo todo, encontramos alguém que apresenta um comportamento diferente e que tem autismo. É aceitar o outro como ele é, com as comorbidades, com as diferenças e como o ser existencial dele”, destaca a Supervisora Psicopedagógica do CAUCP, Neide de Araújo Chaves, apontando sobre a necessidade de aceitar o outro.
“Não estamos inventando diagnóstico novo para o autismo. O que vemos, hoje, é um olhar para essa pessoa e trazendo esse diagnóstico para que melhore a sua condição de vida; de ser o que ela é dentro da sociedade e não no padrão que nós achamos dito normal. Respeitar o processo deles de aprendizagem e de ser no mundo”, ponderou.
Rua Benjamin Constant, 213 – Centro – Petrópolis, RJ – CEP 25610-130
Ens. Fundamental II e Ensino Médio: 24 2244-4012 ou 24 2244-4015
Educação Infantil e Ens. Fundamental I: 24 2244-4011