Turmas do 6° e 8° Anos recebem atleta com deficiência visual para falar sobre superação

02 de outubro de 2024

Na manhã desta quarta-feira (02.10), os estudantes do 6º e 8° Anos do Ensino Fundamental II do CAUCP tiveram uma oportunidade ímpar de troca sobre um tema cada vez mais presente: Deficiência e superação. Eles receberem a equipe do Centro de Referência em Inclusão João Pedro Souza Rosa que veio representado pelo professor Elvis Filgueiras Ramos, que é deficiente visual e é ex-jogador de futebol de cegos. No encontro, ele compartilhou com as turmas a sua história e apresentou, também, um pouco do Braile, que é o sistema de leitura e escrita das pessoas com deficiência visual.

Na ocasião, Elvis contou como ficou cego, aos 3 anos de idade, quando teve uma febre muito alta e precisou ser medicado com dipirona. Os pais do professor não sabiam que ele tinha a Síndrome de Stevens Johnson, que provoca reação medicamentosa. Ele chegou a ficar 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e como reação à síndrome, as suas duas córneas queimaram, causando a cegueira.

O professor contou como foi crescer com a deficiência; sobre a oportunidade que teve de estudar, por um longo período, no Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, voltado ao público com deficiência visual. Lá, aprendeu uma infinidade de esportes e cursos e contou aos jovens sobre essa vivência como atleta esportivo, sobre como funciona o esporte para quem tem deficiência, a maneira que é adaptado, com a presença de guias que devem ser tão bons atletas quanto o atleta com deficiência.

“A importância de falar com os alunos é conscientizar desde cedo, crianças, adolescentes e adultos, que a pessoa com deficiência tem capacidade. A sociedade acaba passando uma mensagem de que as pessoas com deficiência são coitadas que não podem fazer nada, precisam o tempo todo de ter alguém ao seu lado e na verdade não é bem assim. A gente tem capacidade. A gente tem potencialidade. Precisamos de apoio, estímulo, suporte e é importante que as crianças tenham esse contato para a gente acabar com o capacitismo. Acabar com o preconceito, que é uma coisa que está tão impregnada na nossa sociedade, mas que a gente sabe que traz tantos malefícios para todos que são vítimas dessa prática”, pontou Elvis.

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