Turmas do CAUCP visitam Rio antigo para aprender sobre Machado de Assis e as influências afros
11 de setembro de 2025
É inegável que a sala de aula é um universo rico de conhecimento. Mas nada como explorar aquilo que aprendemos nos livros e na escola direto onde tudo aconteceu. Foi assim que as turmas do 9° Ano do Ensino Fundamental II e da 3ª Série do Ensino Médio do CAUCP aprofundaram seu aprendizado sobre Machado de Assis e as influências das culturas afro no Brasil. As turmas tiveram, nesta terça-feira (09.09), uma verdadeira aula a céu aberto pelo Rio antigo, passando por importantes pontos do centro carioca que fizeram parte das temáticas trabalhadas pelos estudantes.
O passeio faz parte do projeto Estudo do Meio e proporciona aos alunos a oportunidade de ampliar o aprendizado de forma lúdica e dinâmica. Nesta terça, eles passaram pela Candelária, Paço Imperial/Praça XV, Confeitaria Colombo, Real Gabinete Português de Leitura, Praça Tiradentes e Cinelândia. Durante o percurso, os professores de Literatura do CAUCP, Inês Damasceno e Veber Viana Gusmão, foram relacionando os lugares e fatos relacionados à Machado de Assis.
“Em uma perspectiva multidisciplinar, o contato com o Rio Antigo é importante para que aquilo que os estudantes veem em sala ou na literatura deixe de ser uma mera abstração. Muitos trechos do Centro do Rio de Janeiro estão preservados, e guardam características semelhantes àquelas com que Machado de Assis conviveu e descreveu em sua obra. Inclui-se aí o Real Gabinete Português de Leitura, também frequentado por Machado”, explica o professor Veber Viana Gusmão.

Os estudantes fizeram os caminhos “machadianos” passando pela Rua do Mercado, Largo do Paço, Praça XV de Novembro, Rua da Assembleia, Av. Rio Branco, Rua Sete de Setembro, Rua Gonçalves Dias, Rua do Ouvidor, Largo de São Francisco de Paula, Rua Luís de Camões, Av. Passos, Rua da Carioca e Cinelândia, todos conhecidos trajetos nas crônicas e contos de Machado de Assis.
“O cenário dele é o Rio de Janeiro. Em algumas ruas, eu falava, esse aqui que estava no livro, quando ele cita a questão do local onde ele estava. O personagem que ele pegou. Então, isso agrega, porque se torna concreto. É literatura brasileira. É o grande escritor Machado de Assis. E vivencia essa questão do conhecimento da história, da literatura. Ainda mais com um grande autor como é o nosso Machado. Acho muito importante e rico para a escola, para os alunos e para mim, enquanto professora também”, comenta a professora Inês Damasceno.
Alunos aprendem sobre influência afro-brasileira
Também relacionado à Machado de Assis, que foi um escritor negro e que ajudou a alforriar diversos escravizados com recursos próprios, a professora de Arte, Flaviane Zanelatto Silva, aproveitou todo o roteiro e deu uma aula completa sobre as influências afros no Brasil, encerrando o passeio no Museu de Arte do Rio (MAR). Lá visitaram a exposição Nossa Vida Bantu, composta por elementos culturais desta que foi a etnia africana de maior presença no território nacional (cerca de 70% dos escravizados eram de origem bantu).
“A proposta consistia em visitar pontos históricos do centro do Rio relacionando a vivência histórica, artística e cultural do início do século vinte e as influências das culturas afros. Ampliando a bagagem cultural e o conhecimento da história do nosso povo. Os temas são recorrentes de vestibulares e estão relacionados às disciplinas de história, arte e literatura”, disse a professora.

Além do roteiro “machadiano”, os estudantes ainda conheceram a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde foram recebidos pelos monitores do Projeto Visita Guiada da Diretoria Cultura da Alerj. Eles percorreram o Palácio Tiradentes, onde conheceram sua eclética e rica arquitetura, a história do “velho Tiradentes” e passaram pela Exposição 75 anos do Maracanã: “Um senhor estádio a todo vapor”.
“A visita à Alerj e ao MAR tornaram visualmente concretas as contribuições dos negros na formação cultural, popular e erudita, na cidade e, por extensão, em todo o país – como é o caso das imagens que decoram o teto do Salão Nobre da Alerj, pintado pelo artista negro João Timóteo da Costa (irmão do também pintor Arthur Timóteo da Costa); e pelo impressionante acervo de influência bantu exposto no MAR, citando apenas alguns dos pontos visitados. Foi um passeio de reconexão com nossas raízes multiculturais”, destacou Veber.

Rua Benjamin Constant, 213 – Centro – Petrópolis, RJ – CEP 25610-130
Ens. Fundamental II e Ensino Médio: 24 2244-4012 ou 24 2244-4015
Educação Infantil e Ens. Fundamental I: 24 2244-4011